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Propostas inclusivas das crianças para 2019

Janeiro 2019

As crianças são atores sociais competentes que podem oferecer, com vozes próprias, pensamentos, sentimentos e ideias às suas escolas, cidades e vilas. Elas convivem com o mundo adulto e absorvem dele, informações de maneira criativa. O Sociólogo da Infância William Corsaro (2005: 41 citado em Cordero Arce) através de seu conceito de “reprodução interpretativa” afirma que as crianças apropriam-se das heranças que recebem, participam e produzem as suas culturas de pares contribuindo à reprodução e elaboração da cultura adulta. Quando se fala de interpretação, ele destaca os aspetos de inovação e criatividade da participação infantil na sociedade. As crianças internalizam o que acontece na sociedade, mas também traduzem, com particulares sentires e olhares, o que elas visualizam no mundo a sua volta.

Júlia, Tomás Xavier, Santiago e Catarina, em diálogo, convidam-nos a refletir sobre quanto é bom partilhar; uma proposta inclusiva para os novos ciclos que começam… “As brincadeiras para nós são muito boas porque podemos ficar com os nossos colegas e simbolizar a nossa amizade… Há famílias que passam o tempo no telemóvel em vez de conversarem entre eles”. A participação infantil, nas decisões políticas, oferece à criança a oportunidade da proximidade à realidade, de acordo com as suas visões, necessidades e anseios de brincar, conviver, pensar e debater com pessoas de diferentes idades e ideias diversas.

A sensibilização, o compromisso com o outro e a cidadania são fortalecidas na experiência. “…Por que é que as pessoas se tratam mal? Por que é que gostam de excluir as pessoas diferentes? Se as pessoas não fossem egoístas e se dessem as mãos, o mundo seria melhor. Todos temos o direito a ser felizes. Todos diferentes, todos iguais...” Assim foram as palavras de Raquel, Fernando, Guilherme Malheiro e Matilde, para lembrar que a convivência se faz uma prática quotidiana e refletida. As crianças podem ser capazes de interpretar a abundância de ter e reinventar dentro de si a virtude da generosidade, da tolerância e da cooperação.

A sociedade adulta dedica grande parte do seu tempo a desfrutar do seu universo lúdico, seja assistindo ou jogando futebol, vendo novelas, jogos da sorte, passeando de bicicleta, praticando desportos diversos... Júlia, Tomás Xavier, Santiago e Catarina dizem… É importante brincar! Também para nós”. É necessário para todos, em especial para as crianças, resgatar, o espaço público para desfrutar e crescer com o sentido do coletivo sempre perto.

Em uma Conversa Gigante, como esta, que estreia o ano 2019… aprendamos da reflexão e da perspectiva infantil como um grande presente de Ano Novo. Desta vez, sobre o tema da exclusão… “Não podemos excluir uma pessoa de uma vida, de uma brincadeira, de um grupo, de um local de que gostamos imenso”. Quando as crianças assumem compromissos e desafios, suas ações interpretam novos papéis, normalmente, com um espírito que aspira incluir e contribuir na mudança do mundo.